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Socorro - Tirolesa

SOCORRO – TIROLESA E RAPEL

DESCRIÇÃO DAS MODALIDADES

TIROLESA

A tirolesa é uma atividade esportiva de aventura originária da região do Tirol, na Áustria, daí a origem de seu nome. Na atividade, o praticante é preso por mosquetões a uma cadeirinha de escalada, e se desloca com roldanas de um ponto a outro por um cabo aéreo posicionado horizontalmente, mas geralmente com acentuado declive. O cabo pode ser ancorado em grandes alturas o que faz com que o praticante tenha a sensação de “voar” sobre o local.

Muitas tirolesas estão acima de florestas, lagos e outras lindas paisagens, o que torna a experiência mais prazerosa. É uma atividade passiva, que não requer nenhum esforço físico do praticante, nem mesmo uma técnica específica. Por isso, pode ser feita por praticamente qualquer pessoa, de qualquer idade, até mesmo leigos, iniciantes e pessoas sem condicionamento físico. As poucas restrições estão descritas no capítulo sobre recomendações. Porém, é necessário usar equipamentos especiais para garantir segurança e bem-estar.

RAPEL

O termo "rappel" vem do francês e significa trazer e recuperar. Apesar de não se saber exatamente quando a técnica foi criada, ela foi utilizada por espeleólogos, que usavam desse recurso para explorar cavernas. Sua definição em dicionários é clara: “processo de descida de uma vertente ou paredão na vertical com a ajuda de uma corda dupla passada sob uma coxa e sobre o ombro oposto a ela, ou por meio de um dispositivo especial que desliza controladamente pelo cabo”.

Existem dois tipos de rapel, o negativo e o positivo. No primeiro, a descida é livre. Sustentado por cabos e numa cadeirinha, o praticante não tem nenhum tipo de contato com superfícies sólidas, até chegar ao chão. Já no rapel positivo, o mais praticado, a descida se dá em contato com uma superfície sólida, que pode ser um morro, uma pedra ou até mesmo uma simples parede. Muitas descidas são feitas num misto das duas modalidades, intercalando-se o corpo no ar com situações de apoio em superfícies sólidas.

DIÁRIO DE BORDO

Destino – Parque dos Sonhos
Distância – 135 km de São Paulo, capital
Tempo de Viagem – Duas horas e meia da capital paulista, sem trânsito
Caminho – Rodovia Fernão Dias (BR 381) e Rodovia Manoel Ferreira Lago Filho (BR 146)

O destino dessa vez foi Socorro. E, acreditem, o município está longe de ser um destino comum. O principal diferencial da cidade é a atenção com a acessibilidade de pessoas com deficiência. Praticamente todos os pontos e equipamentos turísticos foram ou estão sendo adaptados para permitir o acesso de pessoas que, usualmente, não poderiam participar das atividades ou visitar os atrativos. Nenhum local turístico de Socorro traduz isso de forma mais verídica do que o Parque dos Sonhos. Referência mundial em acessibilidade e segurança, o Parque possui a norma da ABNT, a ISO 21.101, que atesta a prática segura do turismo de aventura, contemplando pessoas com deficiência. E ainda a NBR 9050, que regula o item de acessibilidade de hotéis, entre outros itens.

O Parque dos Sonhos é a única empresa do Brasil a ter essas duas certificações. Para desfrutar desse incrível espaço, foram convidados Evandro Bonocchi, 40 anos, paraplégico e Regina Célia Ribeiro da Silva, 48 anos, deficiente visual. Ambos ficaram impressionados assim que chegaram ao local, tamanha a qualidade da infraestrutura montada. Bonocchi , natural de Jacareí (SP), teve uma adolescência ligada a um sonho, o de ser ator. Foi atrás de seu objetivo, fez curso profissionalizante, participou de peças de teatro, elencos de apoio e de um episódio do seriado da TV Globo, Linha Direta. “Eu era a cara do bandido (risos), me chamaram para fazer o papel e aceitei na hora”. A participação acabou levando a outra mudança radical, a de viver no Rio de Janeiro.

Porém, dois anos e meio depois, percebeu que a carreira era difícil, dinheiro era artigo raro. Pragmático, em 2005 arrumou emprego num hotel de Ubatuba (SP), vendendo pacotes turísticos. Todavia, sofreu um acidente de moto no percurso entre o hotel e sua casa, em dia de muita chuva. “Perdi o controle, bati na guia e fiquei com a lesão medular. No início eu encarava aquilo como uma tragédia, era a mesma pessoa, só que em outro corpo. Tive de reaprender tudo e a minha estada no hospital Sarah Kubitscheck (Brasília, DF), em 2006, foi um divisor de águas. Antes dependia de todos. Depois de ficar lá quarenta dias, passei a ter autonomia”. Começou a fazer maquetes eletrônicas e a escrever um blog, o “Tocando a Vida Sobre Rodas”.

Convidado para palestrar em uma universidade, para falar sobre o blog, mostrou aptidão para a coisa. E é disso que vive hoje, dando palestras pelo país, convidado por empresas. Casado e pai de um filho, Evandro é também amante de esportes e aventuras. Já fez de tudo depois do acidente: jogou basquete, anda de handbike, participou de maratonas, corridas de rua e de aventura, andou de caiaque, mas elege a ida ao Jalapão (TO) como sua experiência mais radical. Lá fez trekking, rafting e tirolesa, entre outras atividades. Desta vez, no Parque dos Sonhos, faria o rapel negativo e o circuito de tirolesa, e estava ansioso antes das atividades. “Gosto de adrenalina, vamos ver o que encontramos por aqui”.

Já para a paulistana Célia, a motivação era outra, a de superar seus medos. Nascida com catarata nos dois olhos, começou a ter problemas na visão aos 5 anos de idade. Perdeu a mãe cedo, quando tinha 14 anos, e o glaucoma, que já havia atuado em seu olho direito, apareceu em seu olho esquerdo quando tinha 22 anos. Daí em diante ficou cega, não conseguia mais reconhecer luzes e vultos, o que antes era possível. Longe de se esconder atrás da situação, fez curso técnico em magistrado e passou em concurso público, tornando-se professora da rede pública de ensino. Atua na profissão até hoje, mas formou-se em psicologia também, profissão que espera exercer após se aposentar como professora.

Casada, enfrentou preconceitos e a desconfiança da própria família para construir uma carreira. Porém, a coragem com que enfrentou a vida lhe faltava nas atividades radicais. O máximo que tinha feito até então era andar de caiaque em um lago. “E nem fui até a outra margem, pedi para voltar (risos). Mas estou aqui para fazer o rapel positivo e o circuito da tirolesa, quero superar meus limites”. A primeira aventura foi de Evandro, o rapel negativo. Levado de caminhonete até o topo de um morro, de lá desceu de uma altura de 50 metros, cercado por um fantástico ambiente e com muita segurança. “O que mais me impressionou foi a qualidade da equipe. A transferência da cadeira para o equipamento de rapel foi feita de forma rápida, segura. Depois foi só curtir o visual”. Já perto do chão, a equipe do Parque lhe deu toda a assistência para uma chegada tranquila.

Agora era a vez de Regina no rapel positivo. Insegura no início da descida, foi ganhando confiança. Com a companhia de um experiente instrutor, desceu o morro sem sustos. Ao final, o sorriso escancarado no rosto já traduzia seus sentimentos. “Achei importantes as explicações dadas antes e durante a atividade. A descrição de tudo o que me cercava também foi essencial, aumentou demais a sensação de segurança. Estou orgulhosa de mim mesma, de ter superado esse desafio”. Agora era a vez do circuito de tirolesa. São três, cada qual com sua particularidade. A primeira tem 1 quilômetro de extensão e fica a 140 metros de altitude. As outras são mais curtas, com 400 e 200 metros de extensão, com alturas de 30 e 25 metros respectivamente. Nessas, a velocidade pode chegar até 60 km/h.

Evandro foi primeiro, Regina em seguida. Ao final, ambos estavam eufóricos. “A adrenalina é total, o vento batendo no rosto, a sensação de liberdade, o visual maravilhoso, morros, rios e cachoeiras se misturando ao céu azul, espetacular! E a equipe do Parque mais uma vez se mostrou muito preparada. As transferências da minha cadeira para a tirolesa se deram de forma segura, me senti superconfortável durante o trajeto. Lembrando do que passei no Jalapão, aqui não tem comparação, é muito melhor”. Regina também era só elogios. “O pessoal daqui tem a preocupação de descrever tudo o que a aventura reserva, e isso para alguém com deficiência visual é muito bom. A sensação de segurança e liberdade que vivenciei é indescritível! E como a base de partida é de cimento, aumenta sua confiança na hora de se lançar ao espaço”. E ambos, ao final do dia, repetiam em uníssono: “Queremos voltar, queremos mais!”.

RECOMENDAÇÕES

São poucas as recomendações para essas atividades. A principal delas é ouvir atentamente a todas as explicações dadas pela equipe do Parque dos Sonhos, ou de qualquer outro lugar que esteja preparado para tal. No Parque, os instrutores são experientes e treinados para atender a pessoa com deficiência. Nenhuma das duas atividades é realizada com chuva e a tirolesa é descartada caso os ventos estejam acima de 15 km/h. O mesmo vale para o rapel negativo.

Nessa modalidade é recomendável que se mantenha o corpo longe da corda e, caso o corpo comece a girar em torno de seu próprio eixo, recomenda-se travar a corda até voltar à posição inicial. O uso de capacete é obrigatório em ambas as atividades. Por trazer uma grande dose de adrenalina, a tirolesa não é recomendada para pessoas com problemas cardíacos, epilepsia ou hipertensão. No final do percurso da tirolesa, freios são acionados, possibilitando assim uma chegada segura e tranquila, depois da adrenalina da descida. É necessária certa atenção nesse momento, mantendo a face afastada do cabo, evitando assim qualquer possibilidade de contato com o equipamento. Os equipamentos do Parque são checados antes de cada descida e periodicamente, para que nenhum imprevisto ocorra. Qualquer local que ofereça atividades de aventura necessita ter essa prática. Evite malabarismos desnecessários enquanto estiver na tirolesa ou no rapel negativo. Ficar de cabeça para baixo, pendular e saltar só compromete a segurança.

ATRAÇÕES DE SOCORRO

O próprio Parque dos Sonhos oferece muitos outros atrativos. Além da tirolesa tradicional aqui apresentada, existe a modalidade “voadora”, em que o percurso de um quilômetro é feito de bruços, aumentando a adrenalina. Outras atividades oferecidas no Parque são arvorismo, espeleoturismo, boia cross, rafting, trilhas ecológicas e cavalgada, entre outras. No total são 10 atividades adaptadas para pessoas com deficiência. O local também oferece o turismo rural, com hortas orgânicas, centros de triagem e compostagem, minhocário, além de uma fábrica de pães, bolos e doces caseiros, solidificando o chamado tripé sustentável: ambiental, social e econômico.

Na cidade, destaque para a Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Concluída em 1924, em alvenaria de tijolos, sob o comando do padre Antônio Sampaio, foi erguida no mesmo local onde esteve a primeira capela da cidade, datada de 1829. As pinturas e os vitrais foram doados por famílias socorrenses. No interior encontram-se obras do artista Mario Tomazzo. Possui um sino de 250 kg com nome de “Sagrado Coração de Jesus” e um de 180 kg, cujo nome é “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”. O município também tem seu Cristo Redentor, chamado de Mirante de Cristo, um belo espaço adaptado com vista privilegiada de toda a cidade.

A estação Socorro também merece uma visita, o local é muito simpático. Sua construção é datada do final do século XIX. O curioso é que ela está inativa, já que foi construída na época em que a economia de Socorro, bem como a do país, era baseada no café. Com o declínio dessa fase, a estação foi perdendo gradativamente a importância econômica. Em 1966, o ramal ferroviário foi cancelado, e os trilhos retirados. Ainda para quem gosta de História, vale a pena uma ida ao Museu Municipal, cuja construção é de 1881. Voltando à natureza, recomendamos a Gruta do Anjo, que possui uma piscina natural de água mineral, com 4 metros de profundidade e paisagens internas incríveis.

Para quem gosta de artesanato, imperdível o Espaço do Artesanato, aberto em 2012 e mantido por um grupo de 30 artesãos socorrenses, em parceria com a Prefeitura Municipal de Socorro. E para quem gosta de uma boa cachaça, é obrigatória uma visita ao Alambique Pioneira, alambique familiar com mais de trinta anos no mercado. Mais informações sobre atrações de Socorro no site http://www.socorro.tur.br/.

SERVIÇOS

Empresa: Parque dos Sonhos
Site: www.parquedossonhos.com.br
Central de reservas Parque dos Sonhos: (19) 3895-7644 / (19) 3895-3161
Central telefônica para Surdos: TSPC (19) 3895-7644
Skype: recepcaoparquedossonhos
Facebook: facebook.com/ParquedosSonhos
E-mail: contato@parquedossonhos.com.br
Endereço: Estrada da Varginha, km 7 - Bairro do Limoeiro, na divisa de Socorro/SP e Bueno Brandão/MG

HOSPEDAGEM

O próprio Parque dos Sonhos oferece hospedagem e pacotes variados. São 30 quartos disponíveis, sendo que 90% deles adaptados a pessoas com deficiência. São sinalizações em braile, sinalizações táteis horizontais e verticais e aparelhos que vibram, para hóspedes com deficiência auditiva. O acesso às áreas do hotel se dá também por meio de rampas e corrimãos.

Outra opção é o Campo dos Sonhos, hotel fazenda pertencente ao mesmo grupo que comanda o Parque dos Sonhos. No Campo dos Sonhos são encontradas as mesmas facilidades, sendo 42 quartos disponíveis, 70% deles adaptados a pessoas com deficiência.

Campo dos Sonhos

Site: http://www.campodossonhos.com.br/
Reservas: (19) 3895-3161
Central telefônica para Surdos - TSPC: (19) 3895-4696
Endereço: Estrada dos Sonhos, km 6 – Bairro das Lavras de Baixo - Socorro – SP