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Introdução

Esporte de Aventura

Por Sileno Santos – Coordenador da ADD

"Academicamente, o fenômeno Esporte pode ser classificado de diversas formas: Individual, coletivo, de redes, de marcas, de precisão etc. Nos últimos anos, os esportes de aventura, também conhecidos como esportes de natureza ganharam destaque pela diversidade de possibilidade de sua prática. Atrelados ao conceito de lazer, os esportes de aventura têm uma característica marcante: o grau de risco físico, dado às condições de alturavelocidade ou variantes tais como clima, chuva, e ambiente em que são praticados. Há quem afirme que, por esse motivo, o esporte de aventura é mais emocionante, já que exige maior esforço físico e emocional. A carga de substâncias geradas pelo organismo para manter o estado de equilíbrio em situações de risco é o que garante, de fato, o fascínio por esportes de aventura. Destacamos: o paintball, skydiving, surf, montanhismo, paraquedismo, trekking, mountain bike, paraglider, dentre outros.

As pessoas com algum tipo de deficiência experimentam as mesmas reações ao praticar um esporte de aventura. Por diversas vezes a prática esportiva de aventura não requer a habilidade e destreza de um esporte de rendimento, o que faz aumentar as chances de experimentar os esportes de aventura. A dificuldade em encontrar um local acessível para uma pessoa cadeirante, por exemplo, pode afastá-la de uma atividade extremamente prazerosa. Prazer está associado à felicidade de uma pessoa. Devemos todos, independentemente da condição, incentivar a participação de pessoas com deficiência em todas as atividades de nossa sociedade.

Por vezes, poucas adaptações são facilmente realizadas para que haja a inclusão de pessoas com deficiência na prática dos esportes de aventura. Uma pessoa cega, por exemplo, pode certamente sentir os efeitos de altura de uma parede de escalada, assim como uma pessoa cadeirante certamente ficaria fascinada ao se aproximar de um penhasco e experimentar um salto duplo num paraglider. E se algumas vezes as pessoas com alguma deficiência são impedidas de chegar ao local de prática, por motivos de acesso pela natureza, a atividade também pode se aproximar das pessoas.

Em plena cidade de São Paulo, por exemplo, as pessoas com deficiência podem fazer um rapel num viaduto, por que não? Precisariam ir a um local isolado e de difícil acesso para garantir a emoção desta prática? Claro que não. Pessoas sensíveis são capazes de fazer adaptações e garantir o acesso de algumas atividades de aventura para as pessoas com deficiência. Precisamos deixar de lado os preconceitos, as dificuldades e as desculpas, reforçando o direito de uma pessoa com deficiência a sentir as emoções da prática dos esportes de aventura".